A prática de Biofeedback revela a ligação mente-corpo e mostra-nos até que ponto os pensamentos repetitivos afetam o estado geral do nosso corpo: um cérebro "ruminante" tende a mostrar elevada excitabilidade. O treino ajuda-nos a alcançar uma postura tanto mais serena quanto aprendemos a sair do estado de excitabilidade.
Se quiserem fazer uma experiencia muito engraçada que demonstra o impacto dos nossos pensamentos no corpo, sigam este teste realizado por Erik Peper, Professor de Saúde Holistica na Universidade de São Francisco, e Presidente da BFE - Biofeedback Federation of Europe:
Praticar HRV ou neurofeedback ajuda-nos a aumentar o relaxamento e a resiliência ao stress. É um passo que contribui para a melhoria do bem estar em geral.
O controlo dos pensamentos automáticos tem de ser realizado em paralelo, um passo essencial para alcançar um estado emocional estável ao longo de toda a vida.
O certo é que, "não controlamos os pensamentos que surgem na nossa mente, mas podemos controlar a forma como estes pensamentos nos afetam!"
Se já alguma vez tentaram meditar, sabem como é dificil evitar o fluxo de pensamentos que surge na nossa mente.
Somos verdadeiros produtores de pensamentos: até 60000 ideias num dia!
Mas felizmente o nosso cérebro é seletivo e assim apenas algumas ideias terão a nossa atenção, os quais, através de um processo que lhes confere significado, surgem então como imagens, pensamentos e opiniões conscientes.
Mas por vezes este processo de filtragem atua um pouco contra nós, quando conferimos demasiada atenção a certas ideias, algumas vezes de modo menos factual, em particular quando damos demasiada atenção a ideias negativas e excluimos as positivas. E este fenómeno pode desencadear sentimentos de tristeza, desapontamento, ansiedade.
Exemplo: imagine que recebe uma avaliação de desempenho quase totalmente positiva (95%), mas quando chegou o tema das áreas de melhoria o nosso chefe aponta aquilo que para ele até seria um pormenor mas que em nós desencadea uma torrente de pensamentos negativos: "que inútil, o meu chefe não sabe o que diz. Esforcei-me tanto e afinal acha que não sei fazer o meu trabalho..."
Estes pensamentos continuam pelo dia fora, levando por fim a que fiquemos irritados. Ao chegar a casa esse estado emocional leva-nos a chatear-nos com o nosso parceiro ou filhos, ou levam a a esquecer-nos das chaves dentro do carro... etc e por fim nessa noite não dormimos bem...
Assim, temos situações que desencadeiam pensamentos de forma automática, e estes emoções que vão condicionar ou provocar comportamentos:
situações -> pensamentos automáticos -> sentimentos -> comportamento
Para podermos evitar esses comportamentos indesejados, precisamos analisar e reconhecer melhor o que está a suceder.
A Psicologia cognitivo-comportamental propõe uma forma de intervir sobre estes fluxos de pensamentos: através da meta-cognição.
Uma forma de o fazer é através do registo diário de pensamentos com a seguinte estrutura ou tópicos:
Situação (acontecimento que desencadeia emoções negativas),
Pensamentos automáticos (pensamentos ou imagens que nos surgem na mente), devendo ainda refletir sobre estes: até que ponto os considera realistas de 1 a 10 (muito).
A emoção que surgiu e sua intensidade de 0 (nula) a 10 (muito forte),
O comportamento.
Esta análise pode ser iniciada a partir do registo de uma emoção que achamos importante ou perturbadora. De seguida, refletimos sobre os pensamentos subjacentes a essa emoção, e sujeitamos os nossos pensamentos a um escrutinio "distanciado" cujo fim é reduzir o seu impacto.
E seguida podemos realizar uma restruturação cognitiva dos pensamentos que nos prejudicam, esta análise que deverá ajudará a olhar para as situações a partir de novos pontos de vista, mais adequados.
Cuidado com o que pensa