Muda a tua postura, muda quem tu és.

Mantém-te direito: aprende mais, sê mais positivo!
10 de julho de 2018 por
neuropsycare


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A falta de auto-estima, o medo dos exames e de falar em publico ou os bloqueios de memória durante os testes, são situações muito comuns e que afetam a performance das crianças. 

Neste artigo vamos ver porque devemos insistir que os nossos filhos e alunos se sentem e andem com uma postura mais vertical.

E como isso pode ajudar a melhorar o seu desempenho escolar!


São já muitos os estudos que revelam a forma como a postura afeta o nosso estado mental, emoções e memórias.


Por exemplo, andar de forma abatida, reduz a sensação de energia e a probabilidade de nos sentirmos tristes e deprimidos é logo maior (Michalak, Micschnat, & Teismann, 2014; Peper & Lin, 2012).


Curiosamente, quando vemos alguém numa posição dobrada, desleixada, somos levados a pensar: está triste, está abatido, ou no mínimo, está sem interesse na matéria, o que revela que a nossa perceção não nos engana!


Vamos ver alguns exemplos:

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Odoo imagem e bloco de texto


o que pensa quando vê as imagens ao lado?

NA SUA OPINIÃO  Qual das alunas mostra maior interesse na aprendizagem?

o impacto da postura corporal tem um fundo biológico:

Qual dos 2 animais ao lado será mais rápido a detetar um predador?


Segundo Amy Cuddy, a nossa posição corporal afeta o equilíbrio hormonal: a posição ereta aumenta a testosterona (hormona que influencia a assertividade e dominância) e reduz o cortisol (associada com o stress). A posição dobrada está assim relacionada com a posição de defesa, de retirada, na qual as capacidades cognitivas são muito pouco úteis. Ora em situações stress, como durante um exame, a probabilidade de nos sentirmos ameaçados é maior o que exacerba a situação!

Odoo texto e bloco de imagem

 

NA ESCOLA

A postura corporal influencia não apenas a atitude mas ainda as capacidades cognitivas

Existem vários estudos que o indicam. Nestas experiencias, é pedido a indivíduos em idade escolar que se sentem de modo ereto ou dobrado (abatido, desleixado) enquanto respondem a estímulos ou perguntas que têm como objetivo verificar a atitude dessa pessoa (mais negativa ou positiva) e a rapidez de resposta quando lhes é pedido que se recordem de algo agradável ou desagradável.

Num estudo de 2016, Tsai et al os indivíduos a quem é pedido que se sentem numa posição dobrada são mais rápidos a responder perante estímulos tristes ou a recordar situações negativas. Apresentam ainda maior tendência para se sentirem abatidos e sem auto-estima, do que os indivíduos a quem é pedido que se mantenham direitos na cadeira. Conclui-se neste estudo que a postura corporal afeta o acesso a memórias positivas e negativas: a posição direita tende a facilitar o acesso a memórias positivas! 

Ora neste estudo, avaliou-se também o registo EEG dos alunos e compararam-se os resultados dos 2 grupos: observou-se nessa análise que na posição dobrada o tempo de reação necessário para recordar eventos positivos era muito superior aos dos indivíduos na posição ereta, ou seja, exigia mais esforço.


Aplicando estas conclusões para a sala de aulas, desde logo vemos algumas vantagens em pedir às crianças que se mantenham direitas nas cadeiras, situação que reduz o esforço necessário para se manterem alertas.


Outros estudos revelam ainda que as pessoas que se mantêm na posição ereta são mais resilientes em situações de stress, mostram maior fluência verbal (Nair et al, 2015) e maior capacidades abstractas como a matemática  (Peper et al. 2018).

Neste ultimo estudo, pediu-se a alunos de 2 grupos, a quem se pediu para se manterem em posição (1) abatida (2) ereta, que realizassem mentalmente a subtração sequencial de 7 a partir de 964, durante 30 segundos. Depois mudaram de postura e repetiram a tarefa. Os alunos classificaram a tarefa como mais difícil quando se encontravam na posição dobrada. Alguns não conseguiram sequer executar a tarefa mostrando-se mais vulneráveis ao stress, tensão muscular e dificuldade em respirar.


Em resumo, a posição ereta deve ser estimulada nos alunos, ajudando-os a aumentar a auto- estima, capacidade de resistir a situações de stress e, em geral,

contribuir para um desempenho académico brilhante.





Como referência final, deixo-vos ainda o TED Talk de Cuddy A. (2012) que deu o mote a este artigo:  "Your body shapes who you are".


"(...) we can change other people’s perceptions — and perhaps even our own body chemistry — simply by changing body positions."

Dicas para uma boa postura

seguem-se algumas sugestões para melhorar a postura do seu filho

  •  Praticar desporto melhora a postura. Por outro lado, atividades como ver televisão e jogar em computadores (e mais grave ainda), tablets ou telemóveis, devem ser limitadas;

  • Verificar que as cadeiras e mesas de estudo (pelo menos em casa) são adequadas. Por exemplo, a cadeira deve permitir apoiar a zona lombar, os pés devem tocar o chão;

  • Confirmar que as mochilas estão ajustadas convenientemente, evitando pressão excessiva no pescoço e, que o peso está corretamente distribuído pelos ombros. Evitar que a criança carregue peso superior a 10% do seu peso corporal. Se não tiver outra forma de carregar o excesso de peso, coloque os livros mais pesados junto às costas. 

  • Os sapatos devem ter solas que suportem e absorvam o choque.


intervenção NEUROPSYCARE

A avaliação da postura faz parte da nossa metodologia.

Existem variadas ações que podemos realizar e que se destinam a corrigir a postura, desde o treino de posições e a realização de atividades como o ensaio de apresentações.

Podemos ainda propor a utilização de dispositivos de biofeedback que são facultados aos nossos clientes e que podem ser usados discretamente durante o dia, nas aulas ou em casa. O objetivo é, ao final de poucas semanas, obter-se a correção da postura de forma natural, já que a criança ou o adulto aprende através da correção sempre que obtém avisos automáticos  emitidos pelo dispositivo quando a posição de altera.


neuropsycare 10 de julho de 2018
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