Um ensaio clínico publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28295312/) indica que a toma de medicamentos estimulantes por crianças com PHDA (Perturbação de Hiperatividade e Déficit de Atenção) pode causar atrasos no crescimento e ainda, mostra-se ineficaz na redução dos sintomas a longo prazo.
Estas conclusões foram obtidas após uma revisão de estudos envolvendo a observação de 515 crianças até à idade adulta, com e sem diagnostico de PHDA ().
Neste artigo concluiu-se existirem atrasos no crescimento entre as crianças que tomaram medicação estimulante, em comparação com crianças que não tomaram a medicação, em cerca de 1,29 a 2,36 cm.
Os pais destas crianças indicaram ainda que os sintomas de crianças com PHDA apresentavam melhorias a curto prazo mas não mantiveram essas melhorias com a toma a longo prazo.
Estudos anteriores indicaram ainda que os medicamentos estimulantes como o Adderall e Focalin também causam outros efeitos colaterais indesejados, incluindo problemas de sono, diminuição do apetite, dores de cabeça, dores de estômago, tiques, mau humor e irritabilidade.
Embora noutros estudos tenha sido observado que o crescimento desacelerado se corrige quando a criança muda ou interrompe a medicação (e alguns estudos até indicaram que o crescimento não é afetado), este relatório pode ser um fator a considerar antes de decidir se vai ou não optar por dar ao seu filho um medicamento estimulante.
Mas também deve ter em conta que é importante determinar se seu filho realmente tem transtorno de déficit de atenção. Muitos estudos indicam que nem todas as crianças que parecem ter PHDA realmente têm estas dificuldades (exemplo https://www.researchgate.net/publication/300366024_Are_You_Sure_It%27s_ADHD). Em algumas situações, o fator que causa frustração e resistência académica é um problema de aprendizagem ou ansiedade. Nesses casos, o biofeedback muitas vezes pode ser mais útil e os medicamentos estimulantes não são apropriados.
Efeitos da medicação estimulante para PHDA no crescimento