"Tive uma branca..." ou "não consegui recordar de nada do que estudei"....
São situações que muitos alunos atravessam, mesmo que tenham estudado e revisto intensivamente a informação que procuraram memorizar.
A tendência para estes fenómenos ocorrerem é cada vez maior quanto menos segurança o aluno sentir no que estudou. Seja por maus hábitos, como não criar uma área "sua" confortável e adequada para o estudo ou pior, por estudar enquanto responde a mensagens ou acompanha as redes sociais. Outras causas ainda, porque internalizou que a matéria é complexa o que gera receio e ansiedade em torno de disciplinas como a matemática. Crenças e hábitos estes limitam ou reduzem a aprendizagem do aluno (Neal, D. T., Wood, W., & Drolet, A. (2013), How do people adhere to goals when willpower is low? The profits (and pitfalls) of strong habits. Journal of Personality and Social Psychology, 104(6), 959.).
O que sucede no momento da "branca" é o medo. Primeiro ocorrem pensamentos negativos e repetitivos e estes geram insegurança, e logo o corpo responde como se estivesse sob uma ameaça real, reagindo com uma respiração superficial e rápida, e emocionalmente, de forma ansiosa. Esta reação ao stress vai por sua vez bloquear os processos cognitivos o que leva a que o aluno não consiga recuperar as memórias (Von Der Embse, N., Barterian, J., & Segool, N. (2013). Test anxiety interventions for children and adolescents: A systematic review of treatment studies from 2000–2010. Psychology in the Schools, 50(1), 57-71.).
Uma forma de evitar estes fenómenos passa por, quando sob stress, respirar lentamente usando a respiração diafragmática. Por exemplo, se estiver numa prova oral ou entrevista, começar desde logo a respirar desta forma assim que começa a ouvir a pergunta.
Segundo Peper, num estudo realizado com 100 alunos comparando 2 formas opostas de respirar (1) respiração superficial e rápida vs (2) respiração diafragmática e lenta, verificaram que esta última aumentou a perfomance dos alunos em testes de matemática e reduziu a ansiedade (Peper, E., Lee, S., Harvey, R., & Lin, I-M. (2016). Breathing and math performance: Implication for performance and neurotherapy. NeuroRegulation, 3(4),142–149).
A respiração diafragmática é um método eficaz para o reequilíbrio simpático/parassimpático e é aplicado como intervenção para uma vasta série de situações relacionadas com o stress crónico e a ansiedade, em particular quando realizado diariamente.
A respiração deve ser realizada sem esforço, permitindo que o abdómen aumente / reduza o seu volume e expanda a capacidade respiratória. Deixo-vos com o vídeo seguinte, que ilustra em 3D o que sucede durante este movimento do diafragma.
MELHORAR A APRENDIZAGEM com a respiração