O sistema de neurofeedback com NIR (Near-Infrared), é um tipo de neurofeedback que utiliza a espectroscopia NIR para medir alterações na oxigenação do sangue no cérebro durante um treino de neurofeedback.
Durante uma sessão de neurofeedback com NIR, o cliente usa um dispositivo com sensores que medem o volume de oxigenação do sangue na região do cérebro que está a ser treinada. Com base nestas medições, o treino de neurofeedback é adaptado para ajudar o cliente a aprender a controlar a sua atividade cerebral em tempo real.
Algumas vantagens desta técnica incluem:
1. Segurança: o NIR é considerado uma forma segura e não invasiva para monitorar a atividade cerebral, pois não utiliza radiação ionizante ou campos magnéticos fortes, como na tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética funcional (fMRI).
2. Acessibilidade: a espectroscopia NIR é relativamente mais acessível que outras tecnologias, como a fMRI e EEG.
3. Alta resolução temporal: o NIR permite uma resolução temporal superior às outras técnicas, como o fMRI, pois consegue captar variações na concentração de Oxi-Hb e Desoxy-Hb num intervalo de tempo menor.
4. Não invasivo: o NIR não requer que qualquer substância seja injetada no corpo do indivíduo.
5. Portabilidade: os dispositivos de NIR são portáteis e podem ser facilmente transportados para diferentes locais de uso, sendo normalmente cedido para uso pelo cliente em casa por exemplo.
O neurofeedback com NIR ou HEG (Hemoencefalografia tal como Herschel Toomim, pioneiro desta técnica designou em 1994) tem sido relacionado ao longo dos anos com uma variedade de benefícios.
Na neuropsycare é usado tipicamente como complemento aos treinos de neurofeedback com EEG quando a avaliação efetuada identifica vantagens em melhorar o controlo da oxigenação no córtex pré-frontal, face aos benefícios identificados, designadamente, em casos de déficits de atenção, dificuldades nas funções executivas e problemas na memória de trabalho e foco:
Sherrill, R. (2005). Effects of Hemoencephalographic (HEG) Training at Three Prefrontal Locations Upon EEG Ratios at Cz. Journal of Neurotherapy: Investigations in Neuromodulation, Neurofeedback and Applied Neuroscience, 8(3), pp. 63-76.
Neste estudo, constatou-se que o sujeito treinado com um dispositivo NIR adquiriu controlo voluntário sobre o fluxo sanguíneo cerebral tal como Herschel Toomim já havia identificado. Verificou-se ainda que o índice teta/beta em Cz diminuiu e beta aumentou em resposta ao treino, tornando esta uma modalidade de treino promissora, especialmente para melhorar o funcionamento dos sistemas de controlo executivo mediados pelas regiões pré-frontais do córtex cerebral.
Yoshida, S., et al. (2014). "Near-infrared spectroscopy for the diagnosis of attention deficit/hyperactivity disorder: A pilot study." Psychiatry and Clinical Neurosciences, 68(8), 632-640.
Neste estudo piloto, os pesquisadores utilizaram a espectroscopia NIR para investigar as alterações na oxigenação cerebral em crianças com TDAH durante uma tarefa envolvendo memória de trabalho. No estudo é identificado de forma clara uma redução na atividade cerebral em regiões frontais do cérebro (área pré-frontal dorsolateral e córtex pré-frontal medial) em crianças com TDAH, em comparação com um grupo de controlo. Além disso, os pesquisadores também identificaram uma relação entre as alterações na atividade cerebral e a gravidade dos sintomas de TDAH.
A grande vantagem, é que aumenta significativamente a capacidade e autonomia do cliente na realização de treinos, favorecendo a rapidez de aprendizagem a um custo reduzido.
NIR neurofeedback